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Em um país que tentou silenciar corpos e vozes, “Viver é um escândalo” atravessa o verão interrompido dos anos 80 no Brasil, a nova face de uma condição controlável, como isso muda o amor como ferramenta de liberdade e a potência de quem transforma dor em arte. Aqui, “escândalo” não é rótulo pejorativo, como o preconceito ainda tenta impor. Significa aplausos, presença e reverberação, porque, quando tentaram interromper a música, a resposta foi aumentar o som. Viver, aqui, é fazer barulho. É um escândalo.
No início dos anos 1980, no auge de um verão de liberdade pós-ditadura no Brasil, uma geração ocupava pistas, palcos e praias como se não houvesse amanhã, até que a epidemia cortou a música. A AIDS trouxe medo, silêncio e o abandono do Estado. Enquanto o diagnóstico virava sentença, nasceram redes de cuidado, afeto e luta. A festa volta a tocar, diferente: com direitos, informação e em memória dos que se foram, para que os que ficaram, os que sobreviveram e os que ainda virão ocupem, enfim, a pista inteira.