Momento Da Política - Merval Pereira

O Supremo Tribunal Federal formou maioria para tornar réus Bolsonaro e mais sete por tentativa de golpe. Merval Pereira destaca que Alexandre de Moraes não convive bem com a divergência ao responder irritadamente as ressalvas de Fux. Na sua fala, Moraes foi além do papel do relator. Comentarista destaca que ‘ficaram claras as evidências de que houve realmente uma tentativa de golpe. Não há como escapar dessa conclusão analisando os autos do processo’.

Merval Pereira faz uma análise da postura dos advogados de defesa durante o julgamento da denúncia da PGR no Supremo Tribunal Federal contra Bolsonaro e outras sete pessoas por envolvimento na trama golpista. ‘Um julgamento que vai perder muito do mistério e do suspense porque já se começa admitindo que houve golpe’.

Merval Pereira faz uma análise do início do julgamento no STF contra a tentativa de golpe de Estado. ‘Simbólico e triste constatar que 40 anos depois ainda continuemos lidando com essa ideia de ditadura militar’. Comentarista destaca que o STF, que foi fundamental na resistência a essa tentativa de ditadura de Bolsonaro, agora exagera em suas funções para condenar sem nenhum tipo bom senso todos igualmente.

Merval Pereira faz uma análise da mudança de postura do presidente Lula sobre a questão da segurança pública. ‘País está chegando a um ponto inaceitável de falta de segurança em todos os estados’. Comentarista destaca que o crime organizado está cada vez mais organizado e mais aparelhado, com armas de grosso calibre. ‘Não dá mais para fingir que a culpa é do outro. A culpa é de todas as autoridades’.

Merval Pereira faz uma análise da diferença entre a política econômica do governo Lula e o mercado financeiro. Comentarista destaca que Lula está repetindo o que fez no final do primeiro governo e no segundo governo. ‘Ele conseguiu um crescimento do PIB grande, tanto que elegeu a Dilma, então ele acha que isso dá certo. Mas, ele não lembra que, a partir daí, foi um desastre. (...) Durante anos, a gente viveu as consequências da recessão no governo Dilma’. Merval ressalta que não adianta ele achar que o mercado financeiro está contra ele. ‘Isso é uma simplificação da situação’. Comentarista acrescenta que a postura de Lula deixa o Banco Central em uma situação complicada porque vai ter que subir o juro até encontrar equlíbrio.

Merval Pereira faz uma análise de como deve se comportar o Congresso na tramitação do projeto de lei que muda o Imposto de Renda no país. ‘O que o Congresso vai fazer é aprovar esse aumento da isenção e propor medidas ao governo de corte de gasto, mas não vai colocar na balança os R$ 50 bilhões das emendas deles’. Comentarista destaca que será uma luta intensa sobre quem vai pagar essa diferença. ‘Ninguém quer cortar nada do seu’. Merval prevê uma crise fiscal para 2026, ano de eleição.

Merval Pereira faz uma análise do projeto que isenta de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. ‘Uma promessa de campanha que deve ter ajudado a arrecadar muitos votos. Essa intenção que o Lula torna agora realidade’. São mais de 10 milhões de pessoas que não pagarão Imposto de Renda. Comentarista acrescenta que intenção do governo é claramente política. ‘Não vejo nenhuma razão para criticar’.

Merval Pereira faz uma análise da decisão da PGR de recorrer contra a decisão de Toffoli que anulou processos contra Palocci. Paulo Gonet entrou com um recurso e citou material robusto. ‘Procurador tem toda razão, inclusive, porque Palocci fez uma delação premiada e teve benefícios com ela. A decisão do ministro Toffoli não tem nenhum sentido'.

Merval Pereira faz uma análise da posse de Gleisi Hoffmann, como ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, e como será o debate interno com o ministro Fernando Haddad. ‘Escolher a Gleisi Hoffmann é uma decisão de posicionamento do presidente Lula (...) ela não é conhecida como das mais hábeis negociadoras. Pelo contrário, ela é uma negociadora dura’. Comenta destaca que 'não dá para entender de outra maneira que não seja uma fritura para uma mudança da economia'.

Na defesa apresentada ao STF, o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional de Jair Bolsonaro, chamou a denúncia da tentativa de golpe de 'terraplanismo argumentativo'. 'Querer barrar logo de cara o processo, anulando delações premiadas, esse tipo de coisa, não vai acontecer, isso não tem nenhum efeito'